História do município de Coronel Fabriciano e da Câmara Municipal
Primeiros habitantes
Francisco Rodrigues Franco foi o primeiro habitante de Coronel Fabriciano. Vindo de Leopoldina, aqui chegou por volta de 1800. Posteriormente chegou José Assis de Vasconcelos, procedente de Alfié, que se estabeleceu com um sítio na atual área da Usiminas.
Em 1832, chegou Francisco de Paula e Silva, o Chico Santa Maria. Recebera do Império três sesmarias (Alegre, Limoeiro e Timóteo), instalando-se à margem direita do rio Piracicaba entre as cidades mais próximas. Dando início aos primeiros trabalhos de agricultura, constituiu em sua fazenda um local de hospedagem dos viajantes em trânsito para Mesquita e Joanésia, e vice-versa.
Depois veio Francisco Romão, que morava à esquerda do rio. Com uma canoa, fazia o transporte de pessoas e mercadorias, ligando São Domingos do Prata, Antônio Dias, Mesquita e Joanésia, pelos rios Piracicaba, Doce e Santo Antônio.
Outros desbravadores da região foram: Joaquim André, Pedro de Paula e Silva, Manoel Francisco, Antônio Antunes Lopes, Manoel Domingos, João Teixeira Benevides, Miguel Pereira, Manoel João, Benedito Bento, Manoel Romão, Virgínio Inácio, Joaquim de Souza, Pedro Nascimento e outros.
João Teixeira Benevides foi quem deu o nome de Calado ao lugar. Trouxe de Ferros a primeira professora (sua sobrinha Maria de Lourdes de Jesus) e doou terrenos para a primeira escola, o primeiro cemitério e para a igreja do então povoado de Santo Antônio do Calado, hoje Distrito de Senador Melo Viana.
João Teixeira chegou ao arraial de Santo Antônio do Gambá, em 1919, recém-casado com Guilhermina Ribeiro da Silva, ambos de Santana de Ferros.
Organização do município
Em 1922, reiniciaram-se os trabalhos de construção da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), paralisada em 1914 (época da Primeira Guerra Mundial), na localidade de Cachoeira Escura, atual Perpétuo Socorro. Após alguns anos de trabalho, no dia 7 de julho de 1924, foi inaugurada a Estação do Calado.
Os mesmos trabalhadores que construíram a estrada de ferro ergueram, em 1929, a primeira igreja da cidade, dedicando-a a São Sebastião, consolidando-o como santo padroeiro do lugar. Na mesma época, em 07 de setembro de 1923, pela Lei Estadual Nº843, a povoação de Santo Antônio passa a denominar-se Melo Viana.
Em 1933, o Cartório do Melo Viana é transferido para o Calado, isso devido às dificuldades de percurso até ao Melo Viana, que era feito à pé, obrigando o escrivão José Zacarias Roque a carregar pesadas pastas para desenvolver seu trabalho. A partir deste acontecimento, a sede do distrito passa ser oficialmente o Calado.
Em 1936, instala-se no Calado um escritório da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, sob a superintendência do Dr. Joaquim Gomes da Silveira Neto. Aqui, a empresa centraliza um grande negócio de exploração de madeira e produção de carvão em toda a região do rio Doce. O objetivo da produção era alimentar os fornos de sua siderúrgica em João Monlevade.
A essa companhia deve-se o impulso inicial da cidade como núcleo urbano organizado. Ruas foram abertas e construções de vários tipos iniciadas, especialmente as primeiras casas de alvenaria. É desse período o Hospital Siderúrgica, construído pela empresa para assistir os seus funcionários aqui sediados numa época de grande incidência de febre amarela e outros males típicos das regiões tropicais.
Em 1944, com a instalação da Companhia de Aços Especiais Itabira (Acesita) na região, Coronel Fabriciano recebeu o grande impulso que transformou o distrito no grande município de hoje.
Em 15 de agosto de 1948, o Curato de São Sebastião é elevado à categoria de Paróquia, primeira instituição religiosa do Vale do Aço, data também da chegada dos primeiros missionários redentoristas, padres André Van Der Arendt e José Gonçalves da Costa. Esta mesma congregação foi, a partir de 1968, responsável pelo primeiro sistema de transmissão radiofônica do Vale do Aço, a Rádio Educadora.
A criação do município
Em 27 de dezembro de 1948, depois de um longo processo tramitado na Assembléia Legislativa do Estado, o governador Milton Campos assina a Lei nº 336, criando o município de Coronel Fabriciano. O aniversário de Fabriciano é no dia 20 de janeiro.
A instalação oficial se deu no dia 1º de janeiro de 1949, em sessão presidida pelo juiz de paz José Anastácio Franco. Assumiu como intendente o Dr. Antônio Gonçalves Gravatá, com o distinto objetivo de organizar a administração municipal e entregá-lo ao prefeito oficial, eleito pela população.
E assim, a 15 de março de 1949, tomam então posse o prefeito Dr. Rubem Siqueira Maia, vice-prefeito Coronel Silvino Pereira, vereadores Nicanor Ataíde, Lauro Pereira, Ary Barros, José Anatólio Barbosa, Wenceslau Martins Araújo, Sebastião Mendes Araújo, José Paula Viana, Raimundo Martins Fraga e José Wilson Camargos.
Em 1950, é instalado o Colégio Angélica, instituição mantida pelas Irmãs Carmelitas da Divina Providência, pioneiras do Vale do Aço na Educação Pré-escolar, 5ª a 8ª séries e ensino médio. O ensino primário já existia de forma regular desde 1928, quando fora instalado na cidade a Escola Rural Mista, mantida pelo Estado e dirigida pela primeira professora oficial, Mariana Roque Pires.
Em 1953, foi criado o distrito de Ipatinga, e a Comarca de Coronel Fabriciano é instalada em 1955. Em 1958, foi instalada a Usiminas, ano em que é também criada a Associação Comercial. Em 1964, emanciparam-se os municípios de Timóteo e Ipatinga. Em 1972, foi criada a Universidade do Trabalho, atual Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG). No ano de 1974, foi fundada a Loja Maçônica União e Progresso.
A Câmara Municipal
Atualmente, a Câmara Municipal de Coronel Fabriciano está localizada na Rua Pedro Nolasco, n°22, no Centro de Coronel Fabriciano.
A mudança do local de funcionamento da CMCF foi para cumprir exigências de acessibilidade e segurança – o prédio antigo não dava condições de acessibilidade aos andares superiores ao térreo, bem como não possuía Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).
O atual prédio do Legislativo já é bem conhecido na cidade, pois é o prédio onde funcionou por décadas a Justiça do Trabalho e ainda funciona a Receita Federal. Agora o cidadão conta com mais espaço, ambiente arejado e principalmente, com acessibilidade plena.